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RS: ritmo de colheita da soja dobra e perdas ficam mais claras
Segundo levantamento da Emater-RS, parte das lavouras colhidas apresentam baixo rendimento. As que ainda não estão prontas estão abrindo vagens e apodrecendo por conta da seca

Publicado 16/03/2020
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Foto: Pixabay

A colheita da soja avança mais rápido no Rio Grande do Sul e agora 8% das áreas já foram recolhidas, o dobro do registrado na semana passada e pouco a frente do ritmo do ano passado (7%). Vale ressaltar que a colheita atual está igual a média normal para esta data. As informações são da Emater-RS.

As lavouras de soja no Estado encontram-se nas seguintes fases: 1% em desenvolvimento vegetativo, 7% em floração, 48% em enchimento de grãos e 36% maduro. O novo levantamento de produção da entidade reduziu em 32,2% a estimado de produção inicial, baixando para 13,3 milhões de toneladas agora.

Ijuí

Por lá, 34% das lavouras estão em enchimento de grãos, 60% na fase de maturação e 6% já foram colhidas. Segundo a Emater, o potencial produtivo tem diminuído cada vez mais, devido à estiagem, que provoca maturação irregular das lavouras.

“Em uma mesma área há plantas secas, verdes, com retenção de folhas e plantas sem vagens. Com a umidade do ar muito baixa e devido à elevação das temperaturas durante a tarde, as vagens em estádio mais avançado de maturação estão se abrindo naturalmente, aumentando as perdas. Nas áreas mais afetadas, há aumento de solicitação de Proagro”, diz.

Segundo a entidade, nas lavouras já colhidas, é baixa a qualidade das sementes, com grande quantidade de impurezas misturadas aos grãos. Já nas lavouras com irrigação, a produtividade está próxima a cinco mil quilos por hectare.

Santa Rosa

Por lá, 3% da cultura está em desenvolvimento vegetativo, 4% em floração, 66% em enchimento de grãos, 24% em maturação e 3% foram colhidos.

Segundo a entidade, com mais uma semana sem chuvas, associada à temperatura em elevação e a baixa umidade do ar, o aspecto da cultura e a expectativa de produtividade apresentaram forte retrocesso, pois estão afetadas principalmente as culturas nas fases de maturação e formação de grãos, agravando a situação de perdas.

“Muitas lavouras apresentam maturação forçada e precoce. Em áreas com solos rasos e pedregosos, assim como em lavouras com solos compactados, os sintomas de estresse hídrico têm se caracterizado por plantas com folhas murchas e viradas na maior parte das lavouras, além da má formação de vagens. Tal condição é preocupante, tendo em vista principalmente o forte calor e estiagem para lavouras que no momento estão em enchimento de grãos e maturação”, afirma.

Bagé

Por lá, 93% das lavouras estão em estádio reprodutivo (floração e enchimento de grão), 6% em maturação e em 1% inicia a colheita. Nos municípios ao Sul e no centro da regional, em 100% das lavouras a fase é reprodutiva (floração e enchimento de grãos).

“As condições de falta de chuva têm causado queda de flores, redução do número de vagens e do peso de grãos. Produtores acionam seguros das lavouras e Proagro, sobretudo”, diz.

Soledade

Por lá, 4% das lavouras se encontram em floração, 80% em enchimento de grãos, 15% em maturação e inicia a colheita em 1% da área cultivada. Diante do quadro atual de altas temperaturas, intensa insolação e sem precipitações, a cultura submetida ao estresse hídrico tem apresentado queda de vagens, falhas de grãos nas vagens e tendência de menor tamanho do grão, o que reflete em redução de rendimento.

Erechim

50% da cultura encontra-se em enchimento de grãos, 40% em maturação e 10% das lavouras já foram colhidas. O aspecto geral é muito bom. A produtividade alcançada é de 2.850 quilos por hectare.

Pelotas

As lavouras estão predominantemente em enchimento de grãos (66%) e em floração (21%), fases críticas para o consumo de água pelas plantas. A situação de estresse hídrico que as lavouras acumulam até aqui tem determinado a ampliação das perdas na regional devido à redução no potencial produtivo.

“A sucessão de dias secos, associada à radiação solar intensa e à baixa umidade relativa do ar, agrava ainda mais as perdas na cultura. Mesmo que os cultivares semeados sejam de ciclo indeterminado, com florações, formação de vagens e enchimento de grãos num período bem mais alongado, as perdas de produtividades estão se intensificando a cada dia em razão da falta de chuva. A colheita que iniciou na região já evidencia esse quadro.”

Segundo a entidade, em São Lourenço do Sul e Pelotas, com 2% da área colhida, as produtividades estimadas atualmente variam entre 1.400 e 1.500 quilos por hectare, em oposição aos 1.500 e 1.920 hectares previstos anteriormente para cada município.

Fonte: Canal Rural